“Caramba, o que que eu tô fazendo aqui? Não devia ter vindo. Gastei dinheiro à toa“.
Talvez esses tenham sido os meus primeiros pensamentos quando cheguei na NZ, depois de viajar meio mundo, enfrentar 16 horas de fuso e 6 horas de atraso no vôo pra Auckland. Uma mistura de insegurança, empolgação, expectativas, frio na barriga, e todos aqueles que se tem quando se mergulha no desconhecido. Mas depois disso, você simplesmente ri, pois vê que chegou com um mix desses pensamentos, mas voltou com um único (“quero ficar mais!!“).
Poderia listar os 48390482093 motivos que sempre vou falar quando uma pessoa me perguntar sobre intercâmbio, mas, vou passar “só alguns muitos”. A experiência foi sensacional por vários motivos, que são:
- a beleza natural do país,
- a escola de inglês,
- novos lugares todos os dias,
- intercâmbio de culturas,
- festas com gente do mundo inteiro,
- planejamento de viagens na hora do almoço pro fim de semana, onde iam 4 pessoas e de repente vão 16,
- ao caderno antes vazio e agora está pela metade de tanta anotação e redações que se faz,
- ao perceber que você ainda tem pique pra ir ao pubnight na QUARTA-FEIRA mesmo tendo aula de manhã na quinta,
- à festa de halloween que você nunca foi e até acha maneira,
- quando você aprende que aquele jogo meio brabo tem toda uma lógica, passa a jogar e também e descobre que se escreve com Y no fim (rugbY),
- atividades todos os dias depois das aulas (façam todas! Não vão pra casa!);
- à surpresa quando alguém fala que você tá bronzeado, mesmo só andando de casaco (não tem/tem quase nada de camada de ozônio = leve protetor 50+),
- ao ouvir a sua língua materna mesmo “não querendo” e acabar ficar amigo do brasileiro,
- a sempre pensar “por que não?” quando seus novos amigos falam “quer experimentar tal prato do meus país?”,
- ao ir com aquela menina gente boa na Wellesley Street só pra comer aquele melhor-disparado-inacreditável-preciso-aprender-a-fazer Cookie (Sério! Vão!),
- descobrir que na NZ não tem bicho peçonhento e que todos nadaram/voaram pra Austrália,
- poder ir pra Austrália mesmo sabendo disso (só 3 horinhas de voo),
- descobrir que a natureza da ilha sul é simplesmente inacreditável,
- viajar de trem e só ouvir os outros falando “woooooooooooowww” quando surge aquela montanha de 2000m de altura do seu lado,
- às cores dos lagos, aos tamanhos dos lagos, à quantidade de lagos,
- ao chegar em Queenstown e falar “é isso, cara. Vou morar aqui! “,
- à estar andando na rua da cidade e levar um susto porque vê a loja de skydive e quando menos percebe já tá recebendo instrução porque você VAI PULAR,
- ao ter a visão mais linda da vida lá de cima e perceber minha insignificância diante da natureza e tamanho planeta,
- ao deitar na base da montanha mais alta da NZ e ficar com dor no pescoço de ficar olhando pro topo (4000m de altura);
- ao chegar em Tekapo e ver um lago de uma cor que só via naquela caixa de lápis de cor cara que eu nunca pude comprar (procura Tekapo Lake no Goole),
- Mas principalmente: ver que você é simplesmente capaz de bater no peito e atravessar o mundo pra ter a melhor experiência da sua vida.
Não adianta; trabalhar dignifica, é importante, é necessário, tem que fazer, mas é preciso também dividir e simplesmente viver, principalmente quando as responsabilidades que a vida adulta naturalmente te traz ainda não chegaram. Essa foi uma viagem que vai entrar pra uma das histórias que eu vou contar pros meus netos lá na frente. A vida é isso.
Dinheiro a gente sempre pode ter de novo; momentos assim, quase nunca.
Obrigado, S7 S7 Intercâmbio !